Não é caro, é mal explicado: a diferença entre preço e valor
- Isabella Barros

- 24 de jun.
- 2 min de leitura

Preço não paga impacto: como empreendedores sociais podem cobrar com coragem
Você já se sentiu desconfortável ao falar de dinheiro depois de apresentar um projeto que transforma vidas?
Já engoliu o valor da sua proposta porque pensou: “Será que vão achar que estou me aproveitando do sofrimento alheio?”
Pois é. Essa é a ferida silenciosa de muitos empreendedores sociais — a culpa de cobrar.
Mas aqui vai uma verdade que ninguém te contou: propósito sem sustentabilidade vira exaustão.
Quem trabalha com impacto social carrega uma responsabilidade linda — e pesada. Leva alimento onde falta, educação onde não chega, dignidade onde foi arrancada. Mas quem carrega tudo isso também precisa comer, descansar, investir, crescer. E isso tem preço.
Cobrar é parte do impacto. É o que mantém o ciclo girando, o projeto vivo e você de pé.
O medo de parecer mercenário muitas vezes leva à autossabotagem. Preços baixos demais. Propostas rasas. Fugas de conversas sobre orçamento. Mas aqui vai o segredo: quando você entrega uma transformação real, o valor é percebido. E quando é percebido, o preço vira consequência.
Veja o caso da ONG que cobrava R$500 por uma oficina de autoestima para adolescentes em situação de vulnerabilidade. Após entender o impacto gerado (queda na evasão escolar, aumento de acesso ao mercado de trabalho, melhora na saúde mental), passaram a cobrar R$5 mil — e fecharam mais contratos do que nunca. O segredo? Mudaram a forma de contar a história.
Narrar valor é diferente de explicar custo. Valor é o que muda na vida de quem é tocado pelo seu trabalho. O que ele deixa de perder. O que ele passa a conquistar. E isso precisa estar presente em cada pitch, cada proposta, cada reunião.
Você não está vendendo um serviço. Está oferecendo uma ponte para um futuro melhor. E toda ponte precisa de estrutura. Fundamento. Investimento.
Coragem para cobrar é respeito ao seu propósito. Porque preço não paga impacto — mas viabiliza que ele aconteça.



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