Quanto custa seu tempo?
- Isabella Barros

- 8 de jul.
- 3 min de leitura

"Precificar não é arte. É cálculo com intenção." Isa Barros
Se você sente que está “jogando números ao vento” toda vez que alguém pergunta seu preço, este artigo é para você. O valor da sua hora de trabalho não deve ser definido pelo humor do dia nem pela ansiedade de “fechar logo”. Ele nasce de um método que combina custos, tempo, margem e posicionamento – e cabe no bolso mesmo do microempreendedor que faz tudo sozinho. Mas a verdade é que existe um caminho mais estratégico (e libertador): precificar com consciência, coragem e método.
Vamos direto ao ponto.
Preço por percepção × preço por hora

Quando usar cada um?
Use percepção em entregas de alto valor agregado (branding, consultoria estratégica, experiências exclusivas).
Use hora em demandas recorrentes ou de escopo técnico fechado (contabilidade, manutenção, aulas particulares).
Combine os dois criando pacotes: calcule o mínimo viável por hora e comunique o valor percebido.
O erro de cobrar “o que acha justo”
“Cobro o que eu consideraria pagar” – frase perigosa.
A autossabotagem de origem social: mulheres, pessoas negras e microempreendedores periféricos tendem a subvalorizar seu trabalho por não terem referências no próprio círculo.
A invisibilização dos custos ocultos: tempo de pesquisa, deslocamento, ferramentas, impostos e, sobretudo, seu lucro.
O efeito dominó no mercado: preços baixos forçam outros players a baixar também – e o setor inteiro perde margem de inovação.
Antídoto: tenha um número-âncora calculado antes de qualquer conversa. Assim você negocia de um ponto racional, não emocional.
A ferramenta C.A.M.P.O. é um método simples, direto ao ponto e acessível, mesmo para quem empreende sozinho. Ela ajuda a precificar com consciência, partindo de cinco pilares fundamentais: Custos Diretos (como materiais, plataformas e impostos), Administração (despesas fixas como energia, coworking e contador), Mão de Obra (o pró-labore que você deseja receber), Projeção de Horas Faturáveis (quantas horas realmente serão vendidas no mês) e, por fim, Ousadia – que representa sua margem de lucro e o valor reservado para reinvestir no negócio. A fórmula prática que amarra tudo isso é:
Preço mínimo por hora = (C + A + M) / P × (1 + O)
Ou seja, você calcula seus custos, divide pelas horas faturáveis e aplica a margem com coragem. É essa clareza que transforma o preço em estratégia — e não em suposição.
Abaixo disso você está pagando para trabalhar – ou arcando com o custo de crescimento do cliente.
Lucro com coragem (e sem culpa)
Lucro não é ganância; é oxigênio para inovar. Sem ele você não contrata, não descansa e não melhora sua oferta.
Explique o “porquê” ao cliente: mostre como a margem financia qualidade, impacto social e continuidade.
Teste a elasticidade: ajuste preço de 5 % em 5 % a cada três novos contratos até sentir resistência real – não a sua insegurança.
Prepare-se para o “não”: ele educa o mercado e filtra clientes desalinhados.
Precificar é assumir a liderança da sua própria narrativa: cálculo firme + comunicação de valor. Quando cada real cobrado conversa com um propósito maior – seja empoderar mulheres periféricas com a Isapay ou sustentar sua família – o preço deixa de ser tabu e vira estratégia.
Conta pra mim: qual foi o maior desafio que você já enfrentou ao definir seu preço?
Deixe nos comentários ou me marque para continuarmos essa conversa.



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